19.4.11

Realengo

      Há quase duas semanas, o Brasil foi parado em plena manhã com a notícia de uma tragédia que marcaria ainda mais a história de violência que nosso país possui. Por isso, resolvi escrever este post, para mostrar que o blog D’Outro Lado não foi menos atingido do que outras pessoas por essa tragédia e oferecemos nosso apoio e força a todas as vítimas e familiares do incidente.
Lembro-me ainda de como fiquei pasma ao saber do ocorrido, já era começo de noite e eu estava no carro com meu pai a caminho da faculdade, quando ouvimos no rádio uma notícia: um ex-aluno havia invadido sua ex-escola no Realengo e começado a disparar tiros contra crianças inocentes e após a chegada da polícia, o individuo havia se suicidado. Um drama digno de um dos roteiros mais caros do cinema, não é mesmo?
      Antes fosse só um filme, saberíamos que ao acabar a história sairíamos da sala de cinema e tudo estaria como antes. Mas, não foi assim! Aquelas crianças saíram de casa para sua aula e não irão retornar! E as que sobreviveram, mesmo que não estejam muito feridas fisicamente, tiveram suas memórias marcadas permanentemente, enquanto que daqui alguns meses ou anos, aqueles que deveriam fazer algo para colocar mais segurança nas escolas se esquecerão de tudo! E o que nos resta? O medo e a insegurança. Será que Wellington Menezes de Oliveira se tornará um exemplo a ser seguido por outros? Tornara-se ele uma espécie de herói venerado por pessoas que tem sua raiva contida? Pois, se pararmos para analisar os contextos históricos de crimes em escolas, podemos ver que existem muitas semelhanças entre os assassinos, todos tiveram um passado humilhante, solitário e frustrado, não é tão pequena a parcela de pessoas que sofre com isso na população; mas, mesmo assim, não é motivo para tirar a vida de inocentes.
       É difícil saber que nem na escola essas crianças estão seguras, imagino a dor daquelas mães e dos familiares, sei que nada nesse mundo pode suprir suas perdas, afinal as pessoas perderam o respeito por si e pelo próximo. Imagino minha vida daqui dez anos, será que terei a coragem de colocar um filho neste mundo? Acho que não.
       Meus sentimentos a todas as famílias que perderam entes queridos nessa tragédia que marcou toda uma história de um país.

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